sábado, 29 de janeiro de 2011

É preciso saber dizer adeus a quem nos deixa.


Sabe o desapego? Então, ele resolveu me visitar. Por isso eu estou me desfazendo de coisas e pessoas que não me acrescenta em nada. Pra ser mais exata, VOCÊ. Porque precisou de um ano (é, Axxxxx, fevereiro completaria um ano de nossa “amizade”. Um ano faria que  você buscou Lívia na minha casa para ir a um rodizio de sushi).

Realmente é preciso um baque pra gente acordar. Mas, nesse caso, você não precisava ter posto o pé pra que eu caísse. Você ao lê isso deve está pensando “que louca... o que foi que eu fiz?” Dentre uma série de coisas que não valem a pena serem citadas aqui, até porque eu não quero e também não é mais do meu interesse despertar a sua consciência, se é que você tem, o estopim foi você ter me excluído de sua “rede social” sem nenhum motivo aparente. Mas, como é de se lembrar, isso é até normal e bem previsível, não foi à primeira vez, o único detalhe é que hoje eu não tolero mais meias verdades, desculpas esfarrapadas. Você é egoísta, e como bom egoísta só me procurAVA quando era do seu feitio (olha isso aqui; dá sua opinião; posso ir ai?; me faz um favor?). E é até estranho você agir assim, visto que você bate o pé reclamando quando as pessoas são falsas dessa maneira, lembra?   

Semanas atrás estávamos conversando e eu falei: “também, né? Do jeito que você é.” E você perguntou: “de que jeito eu sou?” Eu não quis falar nada na hora... Mas, depois me bateu uma necessidade de dizer o que eu pensAVA. Decidi enviar uma mensagem, que por sinal era linda. Não esperava nada em troca, apenas que fosse entendida, sentida... No entanto, a curiosidade foi maior e resolvi perguntar se você a tinha lido. Você lembra qual foi sua resposta? Sua resposta foi absolutamente e SÓ um NÃO gigante e gritante na minha janela. Uma palavra sem mais nenhuma depois pra completar, um NÃO bem solitário, vazio. Como quem diz NÃO a um pobre coitado que está oferecendo pipoca no sinal pra ganhar um trocado. O que você não sabe é que eu não estava oferecendo “pipoca” com propósito de ganhar um trocado, eu estava mostrando minha amizade de uma maneira que poucos conhecem e você disse NÃO, disse não a minha amizade, disse não depois de um ano, depois de eu ter me guardado a sete chaves com medo de me machucar, como já me machuquei e venho me machucando há tanto tempo. 

Mas, mais uma vez, o problema é todo meu... Eu baixei a guarda quando parei pra ouvir o que meus amigos falavam ao pé do meu ouvido e o que pessoas “não tão amigas” sussurravam nas minhas costas: “você (ela) tem coração de pedra; é fria; não tem sentimentos; coitado de quem gosta de você (dela)”. 

Resolvi segui o conselho deles e ser mais amiga, aberta, cara limpa e coração escancarado...
Foi isso que ganhei em retorno. Então, caro leitor, aqui vai um conselho: “não siga conselhos”.


"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira." (Fernando Pessoa).

"Sou apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer."

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Endymion


"O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem dos céus e alenta a nossa vida."

John Keats (1795 - 1821)

p.s.: trad. Augusto de Campos

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Para Nathalia.

Memórias que se repetem no subconsciente se tranformam em repetidos problemas. "antigas aflições renovadas" dizia Shakespeare.
Eu vos digo, Nath, é preciso libertar as memórias, agora.

Métodos para zerar a memória: meditação (ativa), sonhos e escrita - e algo mais que eu devo ter esquecido ¬¬.




"... querida doce obsessão, estou me livrando de ti. 
Havia muito tempo perdido em você e isso significa que, na verdade, já tenho vontade de te esquecer. Tudo que eu dizia em voz alta poderia ter dito pra mim mesma. Já gastei todo o meu dicionário pseudoamoroso e finaram-se as palavras referidas a você. O desgaste excessivo mata os sentimentos." Srta. T.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Receitas caseiras para garganta

Acordei hoje com a garganta mal, quase sem voz de novo. O que está acontecendo? Será o clima?  Não importa a causa (pelo menos por enquanto), o que importa é que hoje é sábado e tenho que tá mega boa, marquei com as meninas de ir pra Tamandaré =/. Então, tomei dois antiinflamatórios e apelei para as receitas caseiras.
  • Receita 1 by Neto: Comer alho cru (feito)
  • Receita 2 by Anninha Lima: gargarejo com vinagre e água (feito) + pastilhas amidalin (feito)
  • Receita 3 by o carinha q estava ouvindo minha conversa na farmacia: gargarejo com água e sal (feito)
  • Receita 4 by Lene (hippie que vende coisinhas aqui na frente de casa): quebrar sementes de sucupira (dadas por ela), ferver até ficarem amareladas e depois fazer gargarejo (feito)

Agora, é só relaxar e esperar ... e seja o q Deus quiser. 


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Aprendendo com o mestre


- Mestre, como faço para me tornar um sábio?
- Boas escolhas.
- Mas como fazer boas escolhas?
- Experiência - diz o mestre.
- E como adquirir experiência, mestre?
- Más escolhas.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A frase que não é dita...

...enrola-se na língua do vento frio da noite. Como um beijo de amantes quer cavalgar o dorso em madeira da escultura, cair em cambalhota mal feita de criança com as pernas para cima. Imaturainda. Quer acender a luz no poste da rua deserta do subúrbio e gritar pela madrugada rasgada do outro lado do mundo. Quando aqui o Sol inda é fundo, é findo, é resto de rito profano. São mais de 20 horas e quase tudo é negro como o gato do telhado. Passeia pelas marimbas mortas, soldados de pipas não salvas. Uma delas é verde mar e azul e tem algo escrito, mas não leio porque a noite é negra como o gato, porque a telha é alta, porque o mistério é preciso na veia e há um frio impreciso a correr pela espinha. Incendeia-se o meio silêncio de uma frase meio dita por todo o meio fio.

Podia salvar uma vida. Desenrolar a agonia do epilético, dar tamanho e importância de alma ao que abortou-se cibernético; acalentar bebês com pouco mais de 20 anos. Podia ser o bisturi na mão do médico, o salto no escuro narcoléptico e o pão dos famintos por "te amos".

Mas é coisa não dita. Sentimento que mofa, lenda sem estrebaria e sem dois mil anos de eternidade, se não dita. Sem poesia e lápide, se não dita. Não vê o olho brilhar do oráculo, não desenha na mão da cigana, não ameaça por nenhum poro ganhar precipício para conferirmos se voa ou não. Em nenhum momento da história, aquela sensação de impotência diante da jóia perdida no banho de mar, em nenhum canto aquele êxtase de criança pela bola que vem do jogo para os seus bracinhos ansiosos, enfeitiçados pela espera. Nada páira em nós. Porque algo se não é dito, cai nas profundezas sem um grito de espanto que o testemunhe e dê vida longa, não é fato pois. Imbatizável.

Fica o dito pelo não dito, o tanto faz pelo tanto fez, o dia pela noite e todo o universo na corda bamba, onde não cabe apoiar um palmo sequer de terra firme para plantar um cravo vermelho para a lapela de um cavalheiro que durma com o nó da maior canção dos tempos na garganta, só por achar que o silêncio, este sim, é ouro.

liberdade

O dia foi de um calor insuportável. Só agora esfriou. A chuva promete cair. Abro a porta e o cheiro da tempestade está no ar. Vontade de cair na chuva de olhos fechados e de braços abertos, bem abertos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

doVale.

Muitas vezes o silêncio me disse verdades sem piedade alguma, o silênico de tão sincero que acaba por sendo grosseiro.
É um telefone que não toca. Uma mensagem que não chega. A boca que não fala...


... mas, se um dia calei, foi por falta de opção.


Tanto tempo faz,
que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa que eu sonhava
E guardo a impressão
de que já vi passar
Um ano sem te ver,
um ano sem te amar... [2]


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E da esperança de não mais errar.
Ao som de Bob Dylan - You're A Big Girl Now
 
''Oh, with a pain that stops and starts
Like a corkscrew to the heart
Ever since we've been apart"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

E se completavam sem saber.


É estranho, porque eu sinto, mas não me sinto autorizada, meio como se não pudesse, ou quisesse, e fugisse. Me pego sentindo algo que nem consigo explicar.Quanto disso é real?
Estou confusa, sou confusa. Fico insistentemente me lembrando daquela coisa de que as pessoas reproduzem sempre as mesma relações e seus padrões, tentando consertar erros antigos... mas meus conselhos não valem coisa alguma quando se trata de ... mim.
É que às vezes o que eu preciso ouvir vem mesmo assim no meio de uma conversa despretensiosa... no meio de uma frase comum que me retira do eixo e da lógica. Deve ser porque a gente sempre vai enxergar o que quiser enxergar se estiver com vontade.
Mas então eu lembro... 
É ilógico. Não faz sentido. Deve ser coisa minha. Como pode isso acontecer depois de tanto tempo?
Mas então eu lembro...
...fugir desses momentos através da lógica é transformar a vida em estatística. 
Eu não sigo o meu próprio conselho e fujo. Escondo. Nego. Minto. 
Mesmo assim não consigo tirar do pensamento aquele cheiro de libido. O gosto de pecado. O calor rude do seu toque. A urgência no som de desejo ao pé do ouvido. O peso de seu corpo contra o meu. O nosso encaixe desproporcional e, ainda assim, perfeito.
Então eu me pego pensando novamente na lógica "não é bem assim" tudo é apenas um esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. 
E eu fico esperando por uma coragem que nunca aparece.


Talvez isso não seja o começo de nada. Talvez seja só uma cena perdida. Mas talvez seja mais....
Ai se eu pudesse entender o que dizem os seus olhos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Inquietação

É incrível, porque, absorvidos pela selva de pedra, estamos expostos às piores realidades, todos os dias, quase não há como fugir. Já não ligo mais a televisão, leio pouco os jornais. O sensacionalismo midiático achou sua mina de ouro na desgraça, na barbárie, na loucura. As mais infames patologias humanas viraram atração, fazem mais sucesso do que música, teatro, literatura, divertem mais do que circo. E não há fuga, porque se passo adiante das páginas policiais e mantenho a televisão desligada, as misérias me alcançam porque enchem todas as bocas, que alardeiam a podridão e se calam depois, em figuras patéticas de queixos caídos e olhos pasmos.
E quando não é o culto à tragédia, é o vazio. Acho que o vazio me exaspera ainda mais. O completo vazio das massas. Do que são feitas as pessoas, afinal? De matéria e mais nada? Não! Existe uma alma que sustenta o peso destes corpos que vagam na futilidade, na banalização, na ignorância. E não falo nem do extravio da própria matéria, que é fêmera; falo antes da desatenção à alma perene, que, por diáfana e leve, é esquecida. 
Eu realmente ando sentindo uma inquietação crescente, que me faz questionar muitas coisas, a todo momento, sobretudo a postura das pessoas. Me incomoda observar o estilo de vida superficial que se espalha pra todas as direções. Fico um tanto quanto exasperada e desiludida quando presto atenção aos assuntos em voga e quando vejo a que tipo de coisa as pessoas estão dedicando seu tempo, sua energia. A “vaziez” me desespera. Me desespera também não ter com quem falar sobre isso, não encontrar pessoas dispostas a debater, a trocar idéias, experiências. A inquietação da alma e da mente aumenta a cada dia, pois está reprimida a vácuo, sem encontrar uma fenda por onde sair.
Mas antes de perder completamente o norte e cair na arapuca da descrença absoluta, eu tento dar mais atenção aos detalhes, às coisas que nunca viram manchete nos jornais e na TV. E é justo nas diminutas coisas que eu encontro forças pra crer, crer, jamais deixar de crer. Pequenas bondades me consolam. A arte me consola. Encontrar pessoas com humanidade e inteligência emocional afaga meu coração inquieto. Me comove a extrema sensibilidade inerente à música, à pintura, à literatura, extensões da sensibilidade do homem.
E em minha crença irracional, que vai contra o bombardeio alucinado de desgraças e misérias, continuo reforçando e alimentando a esperança de que o homem, usando a inteligência que lhe foi conferida, vai reencontrar o caminho certo e reabilitar-se a tempo de salvar a humanidade do caos absoluto.
Tem aquela frase "todo mundo é parecido quando sente dor". Quando causa dor também.

Sabe, eu tenho uma relação bem forte com as palavras. E se tem uma coisa que não concebo é ver gente usando a palavra com a especialidade de ferir. Ferir, gratuitamente, machucar, partilhar as suas misérias. Entendo quando isso é feito como mera defesa, entendo o excesso, a explosão, eu os tenho demais, entendo e respeito a dor, o incômodo... E no fundo, é quase sempre defesa mesmo. Mas há TAMBÉM a mera crueldade, o prazer mórbido de inferiorizar (bem presente na faculdade) o outro para sentir-se um tantinho a mais com razão, um tantinho menos inferior. Há a insistência na desqualificação, na ironia doentia dada pela arrogância, na falsidade, para ter razão no grito.

Então, a gente tem nas palavras armas brancas. Você pode manchar o dia de uma pessoa com uma frase envenenada. Manchar uma fase. Uma vida.

Eu questionava uma pessoa querida sobre o exercício de superação dos estragos das palavras ferinas. "Vc precisa ver isso sob outra ótica", dizia ele. Então a responsabilidade de mudar os fatos é SEMPRE de quem é ferido? E no que tange às armas de fogo, cujos estragos realmente decidem uma vida? Há essa diferença?

É foda, ele tá certo: pra construir tolerância é preciso tolerância até com quem nos fere. E a gente só pode mudar a si. Mas, poxa, que fardo! Isso cansa, magoa. Depois até liberta, mas cada um tem seu tempo pra entender e perdoar.

A crueldade que estraga um dia com prazer, usando uma frase pra mim é da mesma natureza da crueldade que atira. São maldades proporcionais ao desajuste do nosso superego.

Então, a gente se pergunta: meu Deus, onde o mundo vai parar? Mas deixamos de olhar para as pequenas crueldades que cometemos no dia a dia, para acobertar a nossa necessidade de auto-afirmação a qualquer custo, e que alimentam e legitimam contextualmente essa maldade toda que vemos por aí.

Somos, microcosmicamente, todo esse mundo aí que condenamos.
E somos a redenção também, quando fazemos tolerância.  

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

E o amor hoje...

O início de um ano novo sempre é marcado por uma dose de esperança para aqueles que acreditam no amor. Contudo, constumo dizer que quem procura o amor não acha. O amor é o prêmio para quem relaxa. Ou melhor, se abre para a vida sem necessariamente uma caçada frenética.
É de se registrar que a modernidade remete a figura de um homem sem vinculos e valores em um mundo repleto de sinais confusos. Isso cria sérias dificuldades na nossa capacidade de amar. 
Estamos privilegiando relacionamentos em redes sociais, que são na verdade superficiais e frágeis. Já não nos aprofundamos em nada. Dizer algo em 140 caracteres passou a ser o símbolo da comunicação contemporânea.
Na era da comunicação, gerada pela internet, reina a incomunicabilidade. O fênomemo da solidão é crescente. Não comunicamos o essencial. O fracasso do amor na modernidade é também o fracasso na comunicação.

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In my life - Beatles.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fragmentos

Por vezes pergunto-me, até que ponto não será uma violência contra-natura viver junto, casar, ou qualquer que seja o compromisso de exclusividade?
Que parte importante de nós corremos o risco de estar excluindo quando aceitamos ser exclusivamente de alguém, que não nós mesmos?
Eu me pergunto muito isso ... ainda não tenho a resposta.

Não é fácil viver com outra pessoa, aceitar as diferenças e respeitar. Os dois têm que ceder um pouquinho,abrir mão de algo pra equilibrar. Mas acho que sempre um sai perdendo.
Muitas vezes as pessoas quando estão em um relacionamento deixam de fazer coisas porque não é adequado para a condição de eposo(a), noivo(a) ou namorado(a). Deixa de ir a lugares, deixa de rever pessoas, deixa de fazer coisas que também as fariam felizes. Sinceramente acho péssimo se privar de coisas que te dão prazer porque a outra pessoa com quem você divide a vida não concorda.
Ninguém deve se anular pra manter a harmonia com outra pessoa. Aí mora o grande erro.
Exercitarei a liberdade!


"É que o objeto real do amor muda constantemente e você só pode ser amado se seu par trai hoje, com você, aquele que você era ontem."

"O Marcador de Página" - Sigismund Krzyzanowski

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"... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos".
Caio Fernando Abreu
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ao som de Something to believe in - The Pretenders (tributo Ramones)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Feridas Narcísicas.

.... do sujeito na cultura ocidental:

Com Copérnico, o homem deixou de estar no centro do universo.
Com Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal.
Com Marx, o homem deixou de ser o centro da história.
Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo, e aprendeu que ele próprio é constituído por uma estrutura - a estrutura da linguagem.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

E o que parecia impossível aconteceu...


Para Maria seu parceiro ideal deveria apresentar as seguintes qualificações: inteligência, amor próprio, amor, bom humor (em excesso), leveza, preocupação, compreensão, sangue, paixão, tesão no olhar, no tocar, no falar ao telefone, ao vivo, ao pé do ouvido, carinho, respeito, admiração, confiança, paciência, escrever bem (não bem... ser o melhor de todos para/por ela), ter samba e mar na alma e rock no sangue e por último, mas não menos importante ter as mãos bonitas.
No entanto, apesar de aparentar Maria não é tão exigente assim, pra ela um parceiro ideal também deve vir regado de alguns bons defeitos como uma porção saudável de ciúmes; ser bobo; ser chato com seu trabalho (perfeccionista); ser menino, às vezes triste  às vezes alegre, mas com os mesmos olhos de menino. 
E és que depois de conhecê-lo há um bom tempo ela começa a se dá conta de que João era seu parceiro ideal. Um rapaz que reuni todas as características que Maria sonhava encontrar em alguém para compartilhar sua vida.  
Fisicamente atraente, intelectualmente capaz, espiritualmente desperto e financeiramente independente. Eu poderia completar ainda dizendo que João é o tipo de cara que traz consigo certo mistério; mistério esse que deixa Maria completamente desarmada. A questão agora seria saber se João encontrou em Maria tudo que precisava. 

E o que parecia impossível aconteceu. 
Maria encontrou o seu príncipe encantado...


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ao som de Nirvana About a girl.

Da importância das pessoas...

Não sabemos ao certo a importância dos acontecimentos em nossas vidas. As pessoas que cruzam nossos caminhos, por exemplo, nem sempre nos marcam porque há uma escolha, uma entrega de algo previamente guardado, nem sempre elegemos um olhar face às circunstâncias, que consagre determinada pessoa como especial para nós e vá catando seus traços, pintando um ser especial que nos marcará. A maior parte das pessoas que nos marcam para sempre é formada por gente que vai "acontecendo", conquistando o seu espaço, em vez de ser eleita.
Só que por vezes essa importância só é notada posteriormente. Só entendemos de fato o papel de alguém em nossas vidas quando este papel ja foi assumido, ou pior, quando a cortina abaixa. Seria a velha mania de valorizarmos após a perda e exaltarmos o defundo após o sepultameneto? O que faz com que não valorizemos alguém no agora, só entendendo sua importância muito tempo depois.
Essa posterioridade, entendo eu, faz muitas vezes com que atribuamos um peso excessivo, e até equivocado, a certos marcos. Supervalorizemos algumas pessoas tão somente para nos redimirmos por não conseguirmos nos oferecer mais a elas enquanto estavam ao nosso lado. Não que não tenham de fato seus méritos, talvez tenham até mais. Só que a importância que atribuímos nunca será idêntica à que a pessoa merece, porque só a contemporaneidade do valor reconhecido é que faria jus. "Agora fulano está morta".
Outra vertente desta ausência é a supervalorização de quem não podemos ter ao lado. Há um desarme, como se o peito destrancado tivesse o poder de também destrancar porteiras. Supervalorização de quem, fatalmente, não será capaz do mesmo olhar ou da mesma entrega que nós. Como se antecipássemos esse efeito da posterioridade, mas para reforçar a mesma sensação de ausência, só que pelo seu viés. Agora, é fulano que não quer saber de mim como eu quero saber de Fulano. Fulano deve ter alguma razão que não o permita reconhecer a importância do que eu trago comigo. Essa impossibilidade de tê-lo comigo, de ter o seu olhar e a sua vida igualmente entregue a mim, evidencia o seu valor. Fulano, por não me querer, deve ser mesmo especial.
Coisa interessante é estar observando a vida do outro. Conhecer de seus marcos e ver que pesos lhes atribui. Enquanto observamos, temos em mãos a vantagem de não incorrer em determinados tropeços e conhecer o outro através de sua história, mas também temos a desvantagem de não saber como estamos acontecendo para ele. Como estamos construindo o nosso marco, as nossas pegadas em seu solo. Não se trata de colocar o outro na condição de dizer o quanto valemos, não é isso que discuto. É que ao olhar a história de alguém que está em nosso caminho, de repente cai a ficha de que a história não parou para entrarmos em cena. Pegamos o bonde andando. Portanto é hora de desviar o olhar dos personagens e dar, sorver,  e viver o melhor que conseguirmos. Agora. Eis a real importância.

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ao som de SOJA - You and Me (ando tão romantica)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Separações

Por que é tão dificil para algumas pessoas desatar os "nós" de um relacionamento, mesmo quando sabem que a situação é insustentável? Realmente me impressiona o número de casos em que uma das partes não consegue aceitar que o "amor" acabou. Vejo pessoas se humilhando e implorando por mais uma chance mesmo quando já desperdiçaram várias outras. Vejo pessoas que se impenham em tranformar a vida do(a) ex namorado(a) em um inferno. Vigiam telefonemas, e-mails, msn, orkut, facebook, twitter etc. 
Por que isso acontece? Séra que o sentimento de posse ultrapassa o "amor" e se torna doentio a ponta de camuflar a realidade?


Dissertem. Assertem. Comentem. Acrescentem. Concatenem. Tergiversem. Judiem.

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ao som de Bob Marley "Who the cap fit".


domingo, 2 de janeiro de 2011

Clean

Inspirada pelo clichêzinho "ano novo, tempo de renovação" decidi fazer uma limpeza pesada no face, orkut e msn. És no que deu: 

O menino que nunca me dirigiu a palavra e me add no orkut e face só pra ter mais "amigos" = Delete!
A menina que sorri no corredor da faculdade e eu mal sei o nome = Delete!
O irmão do primo da amiga que estava na festinha da noite anterior = Delete!
O muleque chato que estudou comigo na 3º série = Delete!
O ex namorado = Delete! (como diria Nath "ex não é parente")
A ex namorada do meu primo = Delete!
Os idiotas que só usam o orkut e face para brincar de mini-fazenda, paraiso das compras, joga craque etc = Delete!
Aquele gatinho que eu só add porque QUERIA pegar = Delete!

E segue a lista...
O DELETE LIBERTA!

Foda(s) amiga(s)


Pirâmide universial  de classificação de mulheres (Testosterona, o blog do macho moderno)

Só funciona com amigos que trepam mal e/ou não sentem-se fortemente atraídos um pelo outro (porque sim, fodas extraordinárias também apaixonam). Qualquer adição de tempero, seja química ou intelectual, acaba com o aspecto lúdico da coisa, fazendo com que um dos dois se apaixonem, desconfigurando-se como F.A., transformando-se em... outra coisa.
Sem falar do princípio de replacing: uma F.A. só é prioridade até que uma outra foda, amiga ou não, a supere em qualidade. Quando isso acontece, ela vira backup-foda para um dos dois "amigos" - só é solicitada na ausência . Assim, não pode mais ser considerada tão "amiga", afinal, é baseada em benchmark sexual e seleção - princípios intimamente ligados a relacionamentos íntimos/sexuais - não a amizade.
Claro que há indíviduos extremamente altruístas, devotos da amizade incondicional, que mesmo não desejando/ardendo/querendo irão providenciar uma foda amiga para seu parceiro por razões que só a lei do karma pode explicar.

Vantagens:
1) Vocês podem sair para tomar uma cerveja e falar de outras mulheres/homens OU podem ir pro motel, ou as duas coisas;
2) Vocês não vão discutir relação, nem brigar se ela/ele não te ligar no dia seguinte, nem encher o saco se você pegar alguém na balada;
4) A F.A. serve muito nas entre-safras, quando você terminou com uma e ainda não engatou na outra, quando a balada acaba e vocês ficaram no 0 a 0 ou quando dá vontade mesmo;

População de Risco:
A amiga bebada
A ex namorada.

Verdades:
1) F.A. existe e, pessoalmente, sou a favor. 
2) Para muitos o ideal seriam F.A. eternas (sim, plural, se for singular é eufemismo pra monogamia). No entanto, a realidade é que ela não está fadada a persistir/sobreviver por muito tempo sem que se transforme em outra coisa ou seja substituída por outra coisa.


Um muito obrigada a Dácio da IéA.
ao som de "O meu amor" (Chico Buarque)