terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Porque às vezes a gente precisa é da ousadia.

Ele: Você nunca quis ser a namorada de ninguém e agora é a esposa de alguém...
Ela: Me surpreendeu também.
Ele: Acho que nunca vou entender. Quer dizer, não faz sentido.
Ela: Só aconteceu.
Ele: É, mas é isso que não entendo. O que só aconteceu?
Ela: Só acordei um dia e soube.
Ele: Soube o quê?
Ela: O que eu nunca tive certeza com você.
Ele: Sabe o que é uma droga? Perceber que tudo em que você acredita é mentira, é uma droga.
Ela: O que quer dizer?
Ele: Sabe, destino, almas gêmeas... Amor verdadeiro e todos aqueles contos infantis... Besteira, você estava certa, eu deveria ter escutado.
Ela: Não.
Ele: Sim, por que está sorrindo?
Ela: Tom... [...] Eu estava sentada numa doceria lendo Dorian Gray, um cara chega pra mim e me pergunta sobre o livro e agora ele é meu marido.
Ele: É, e daí?
Ela: E daí que... E se eu... tivesse ido ao cinema? Ou tivesse ido almoçar em outro lugar? E se tivesse chegado 10 minutos mais tarde? Era... era pra ser. E eu só ficava pensando... “Tom estava certo.”
Ele: Não...
Eu adoro esse filme, até já fiz um post sobre ele aqui. Eu fico pensando... séra que as coisas de fato acontecem dessa maneira? O lugar certo, a hora certa e a pessoa certa? Destino e blá blá blá. Eu, sinceramente, não acredito 100% nisso.  Por isso resolvi escrever sobre o outro lado da moeda:

"Quero ser honesta dessa vez e colocar todas as cartas na mesa. Antes de começar qualquer coisa você precisa saber que eu não sou uma pessoa confiável, que eu sou egocêntrica, orgulhosa e que de uma hora para outra eu posso mudar tudo o que penso e sinto. Vale apena correr o risco para ficar comigo? Se você disser sim eu ficarei muito feliz, sabe por quê? Porque teria a certeza de que eu estaria com uma pessoa corajosa e segura, uma pessoa que não teme os acasos da vida. Porque  apesar desse meu jeito imprevisível de ser eu anseio por um porto seguro, por uma mão firme e um abraço apertado.
Vamos, me siga. Talvez a vida nos tenha guardado frutos deliciosos para a próxima estação. O que vai custar tentar descobrir se isso é apenas um sonho ou a verdade que a vida está reservando para nós dois? O preço de tentar eu sei que é alto, corações despedaçados, feridas expostas, sentimentos destruídos e a chance de uma realidade se esvaindo como o sol no fim do dia.  Mas no futuro, quem sabe, poderíamos dizer que: acertamos o caminho não porque seguimos as setas, mas porque desrespeitamos todas as placas de aviso. No entanto, se não tentarmos o futuro vai guardar uma enorme frustração, porque eu não arrisquei? Como poderia ter sido a minha vida se eu tivesse tentado? Será que estaríamos juntos e felizes? São inúmeras perguntas que vão nos cercar no futuro por um falta de audácia que deixamos de ter no passado.
Nada vai restar do que havia. Nada vai restar do que sonhávamos. Nada vai restar de nós dois. Nossa história vai representar apenas o caminho que nós abandonamos pra ir viver uma outra coisa. "
Dessa forma, começo a acreditar que a felicidade talvez seja só uma escolha... e isso nos compromete demais.

Então fica a questão: Summer poderia ter avaliado melhor as possibilidade de manter um relacionamento com Tom? Ela poderia ter construindo um final feliz com ele ou o destino dela estava traçado a encontrar o carinha da doceria? 
O problema maior é: como saber se devemos seguir em frente ou  se devemos insistir  e investir num relacionamento presente com medo de se arrepender no futuro?


P.S.¹: Por um vida um tanto menos ordinária - FELIZ 2011!
P.S.²: Defina o que você quer. Saiba aonde quer chegar.

28 de dezembro de 2010

“Hoje acordei sem vontade de fazer nada. Sem vontade de levantar da cama, sem vontade de olhar que horas eram, sem vontade de tomar café da manhã. Nem vontade para abrir os olhos eu tinha. Eu estava sem vontade de viver, essa era a verdade.

Viver, um verbo que denota um processo, nascer, crescer e morrer. Pois bem, não queria que isso acontecesse. Não queria ter nascido, muito menos crescido. E pela primeira vez, não queria morrer. Nunca tive medo da morte, mas hoje acordei estarrecida, apavorada. Me imaginei morrendo de 50 mortes diferentes. Quando recuperei um pouco da lucidez, pensei. Quero morrer e não quero saber que morri. Quero que seja rápido e fatal, seja lá como for.

Minha nossa, por que isso não saí da minha cabeça, por que a inexorabilidade da morte está me perseguindo dessa forma. Morrer deve ser mais fácil do que ver os outros morrerem, pensei. Fiz até uma lista das pessoas que não poderiam morrer antes de mim. Mas acho que não me cabe essa decisão. Então cabe a quem? Ao destino? Mas nunca acreditei nisso, a não ser que eu generalize destino por: nascer, crescer e morrer. Sim, todos temos o mesmo destino. Destino existe. Nosso destino é certo. Nosso destino é a morte.

Mas se todos morreremos, por que não sentamos e esperamos? Por que da correria? Da ganância? Por que ser melhor que outro, se teremos o mesmo fim? De que adianta roupa, carro, casa, se no final nossa parte desse enorme latifúndio será tão pequena. Afinal, e por que não, de onde viemos e para onde vamos? Para que servimos. Parei de pensar. Hoje acordei sem vontade de fazer nada.”

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Baixaria em direito

Santeria - Porto de Galinhas

Estrelando
Lívia Menezes - Bacharel (baixaria) em Direito
Anna Caroline - Vitima
Luiz Gustavo - Testemunha
Produção: Brisamar Lima
Co - produção: Ronaldo Rodrigues
Seguranças - Culpados
Tatuada - Autora
Esposo da tatuada - Co-autor
Garçon de vermelho - Testemunha chave

 A cena se passa em uma festa rave no Bar Santeria em Porto de Galinhas. Ao entrar  no bar Anna Caroline deixa Brisamar Lima em posse do seu Cartão de Consumo. Todos se divertem, bebem, e como sempre vão acabar no banheiro. Estava tudo correndo bem , cerveja, dança, paquera até que o sol aparece e elas resolvem se despedir da festa. Vão ao caixa dá baixa e pagar os cartões e percebem que o cartão de Anna Caroline tinha sumido. Começa uma onda de despero, a caixa então puxa no programa o número do cartão... FUDEU tudo. Lá constava que Anna Caroline tinha consumido uma garrafa de Johnnie Walker Black, dois energéticos e algumas cervejas, somando um montante de 227,00 mais 20,00 reais da multa pela perda do cartão. A Bacheral, baixaria, em direito Lívia Menezes indignada com tal situação pede que a gerente seja chamada. No meio a isso surgi a tatuada e seu marido tentando pagar os seus respectivos cartões. Ela, uma pouco alcoolizada, esquece do furto e entrega o cartão de Anna Caroline junto aos seus. É nesse momento que o mistério é desfeito. Mas como será que foi parar na mão da tatuada? A conclusão é simples a mesma encontrou o cartão possivelmente no banheiro. Lugar esse que Brisamar Lima passou grande parte da noite. Porém, a mesma alegava que o cartão tinha sido oferecido como cachê pelo seu trabalho de malabares pelo dono da festa, Max. Então, para comprovar sua história Lívia Menezes pede para que Max compareça para prestar esclarecimento. No entanto, o mesmo já não se encontrava no recinto. Porém, és que surge a testemunha chave: O Garçom, cujo tal tinha se tornado amigo da vítima. Ele lembra que Anna Caroline durante toda a festa não fez nenhum pedido das bebidas registradas em seu nome. Então, é quando surgi o ALBINO. Ao olhar aquela criatura bizarra o garçom recorda-se que apenas uma garrafa de Johnny havia sido vendida naquela noite. E ali ao alcance dos seus olhos estava o "comprador". Comprador esse que era amigo íntimo dos que estavam em posse do cartão. Começa a discussão e ninguém encontra uma solução. Os seguranças impendem a saída de todos. A gerente decide que a melhor solução é chamar a policia. Nesse momento resolve-se fazer um depoimento em video das partes envolvidas. E é em meio a esse depoimento que Anna Caroline declara em alto e bom som que não pode ir para cadeia porque está aflita com a prova do ENEM, e faz mais uma revelação que iria mudar o rumo da história: "eu sou de menor". Nesse momento todos param atentos ao que dizia Anna Caroline, em base disso Lívia Menezes estipula a defesa da então ré. Luis Gustavo aflito com sua patente e com o fato de que tem que se apresentar no quartel resolve falar para gerente que Anna Caroline era de menor. Lívia Menezes (como uma boa bacharel) muda a situação a favor da ré e declara que poderá abrir um processo contra a casa por admitir que qualquer pessoa entre sem identificação abrindo a possibilidade de menores de idades entrarem na casa e consumirem bebida alcoolica. Nesse momento os seguranças cansados e preocupados em manter seu emprego conversam com a gerente e dizem que a melhor solução é deixar todo mundo ir embora sem que chamem a policia. No entanto, Livia Menezes ainda não fica satisfeita, pois seu sonho de andar numa viatura iria terminar por ali. Mas após ser expulsa da casa pelos seguranças a unica solução que resta eram todos irem para casa e guardar essa história para sempre.
OBS: Essa história é baseada em fatos reais. Anna Caroline, Brisamar Lima, Livia Menezes e Luiz Gustavo qualquer semelhança com essa história não é mera coincidência.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Liberdade Vertiginosa - O nascimento do Cubismo

 Uma das lições fundamentais que a modernidade nos legou foi a de que a forma não precisava mais se sujeitar ao real, a ser simples representação do mundo [...]. Impressionismo, cubismo, surrealismo e demais movimentos modernistas foram esforços para essa liberação: fazer que as imagens fossem ao encontro de um sujeito sobre o mundo, não de um mundo que se sobrepõe ao sujeito (CANONGIA, 2002, p. 15).

Aqui está o poder sobre um cavalo, a onipotência do governante exibida por um controle indiferente. Apenas uma das mãos nas rédeas.  (Diego Velázquez "Portrait of King Philip IV of Spain")


A mensagem era: se o soberano pode controlar o grande cavalo pode certamente controlar os assuntos do Estado, os negócios da guerra e da paz. Era a imagem mais inabalável do poder absoluto.

E aqui está o que Picasso fez... (Boy leading a horse)

Ao invés de um principe sobre a sela, um menino nu conduzindo um cavalo em pêlo atráves de uma antiga paissagem assustadoramente vazia. Não há herois identificaveis, nenhuma história, nenhum assunto, apenas o moderno nascendo do arcaico, como se jamais houvesse qualquer coisa intermediária.

Foi a derrubada da HISTÓRIA. O próximo passo para destruir, BELEZA. O ideal clássico da própria arte, tornado visivel na forma sedutora do nu feminino. (Peter Paul Rubens "The three graces")


E este é o veroz ataque de Picasso...  " Les demoiselles D' Avignon" 

É assim que todos aqueles séculos de admiração da nudez e murmurios timidos sobre forma graciosas terminaram... uma fila de bordel. Elas se despem, nós conferimos. Tudo que estivesse associado com a nudez da mulher na arte européia, beleza, sensualidade cortês, ternura, tudo brutalmente descartado.

Ao explodir a visão das coisas Picasso estava dizendo: "estou indo além das aparências superficiais até o núcleo." É assim que nasce o CUBISMO em 1910.