terça-feira, 28 de dezembro de 2010

28 de dezembro de 2010

“Hoje acordei sem vontade de fazer nada. Sem vontade de levantar da cama, sem vontade de olhar que horas eram, sem vontade de tomar café da manhã. Nem vontade para abrir os olhos eu tinha. Eu estava sem vontade de viver, essa era a verdade.

Viver, um verbo que denota um processo, nascer, crescer e morrer. Pois bem, não queria que isso acontecesse. Não queria ter nascido, muito menos crescido. E pela primeira vez, não queria morrer. Nunca tive medo da morte, mas hoje acordei estarrecida, apavorada. Me imaginei morrendo de 50 mortes diferentes. Quando recuperei um pouco da lucidez, pensei. Quero morrer e não quero saber que morri. Quero que seja rápido e fatal, seja lá como for.

Minha nossa, por que isso não saí da minha cabeça, por que a inexorabilidade da morte está me perseguindo dessa forma. Morrer deve ser mais fácil do que ver os outros morrerem, pensei. Fiz até uma lista das pessoas que não poderiam morrer antes de mim. Mas acho que não me cabe essa decisão. Então cabe a quem? Ao destino? Mas nunca acreditei nisso, a não ser que eu generalize destino por: nascer, crescer e morrer. Sim, todos temos o mesmo destino. Destino existe. Nosso destino é certo. Nosso destino é a morte.

Mas se todos morreremos, por que não sentamos e esperamos? Por que da correria? Da ganância? Por que ser melhor que outro, se teremos o mesmo fim? De que adianta roupa, carro, casa, se no final nossa parte desse enorme latifúndio será tão pequena. Afinal, e por que não, de onde viemos e para onde vamos? Para que servimos. Parei de pensar. Hoje acordei sem vontade de fazer nada.”

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