...enrola-se na língua do vento frio da noite. Como um beijo de amantes quer cavalgar o dorso em madeira da escultura, cair em cambalhota mal feita de criança com as pernas para cima. Imaturainda. Quer acender a luz no poste da rua deserta do subúrbio e gritar pela madrugada rasgada do outro lado do mundo. Quando aqui o Sol inda é fundo, é findo, é resto de rito profano. São mais de 20 horas e quase tudo é negro como o gato do telhado. Passeia pelas marimbas mortas, soldados de pipas não salvas. Uma delas é verde mar e azul e tem algo escrito, mas não leio porque a noite é negra como o gato, porque a telha é alta, porque o mistério é preciso na veia e há um frio impreciso a correr pela espinha. Incendeia-se o meio silêncio de uma frase meio dita por todo o meio fio.
Podia salvar uma vida. Desenrolar a agonia do epilético, dar tamanho e importância de alma ao que abortou-se cibernético; acalentar bebês com pouco mais de 20 anos. Podia ser o bisturi na mão do médico, o salto no escuro narcoléptico e o pão dos famintos por "te amos".
Mas é coisa não dita. Sentimento que mofa, lenda sem estrebaria e sem dois mil anos de eternidade, se não dita. Sem poesia e lápide, se não dita. Não vê o olho brilhar do oráculo, não desenha na mão da cigana, não ameaça por nenhum poro ganhar precipício para conferirmos se voa ou não. Em nenhum momento da história, aquela sensação de impotência diante da jóia perdida no banho de mar, em nenhum canto aquele êxtase de criança pela bola que vem do jogo para os seus bracinhos ansiosos, enfeitiçados pela espera. Nada páira em nós. Porque algo se não é dito, cai nas profundezas sem um grito de espanto que o testemunhe e dê vida longa, não é fato pois. Imbatizável.
Fica o dito pelo não dito, o tanto faz pelo tanto fez, o dia pela noite e todo o universo na corda bamba, onde não cabe apoiar um palmo sequer de terra firme para plantar um cravo vermelho para a lapela de um cavalheiro que durma com o nó da maior canção dos tempos na garganta, só por achar que o silêncio, este sim, é ouro.
Podia salvar uma vida. Desenrolar a agonia do epilético, dar tamanho e importância de alma ao que abortou-se cibernético; acalentar bebês com pouco mais de 20 anos. Podia ser o bisturi na mão do médico, o salto no escuro narcoléptico e o pão dos famintos por "te amos".
Mas é coisa não dita. Sentimento que mofa, lenda sem estrebaria e sem dois mil anos de eternidade, se não dita. Sem poesia e lápide, se não dita. Não vê o olho brilhar do oráculo, não desenha na mão da cigana, não ameaça por nenhum poro ganhar precipício para conferirmos se voa ou não. Em nenhum momento da história, aquela sensação de impotência diante da jóia perdida no banho de mar, em nenhum canto aquele êxtase de criança pela bola que vem do jogo para os seus bracinhos ansiosos, enfeitiçados pela espera. Nada páira em nós. Porque algo se não é dito, cai nas profundezas sem um grito de espanto que o testemunhe e dê vida longa, não é fato pois. Imbatizável.
Fica o dito pelo não dito, o tanto faz pelo tanto fez, o dia pela noite e todo o universo na corda bamba, onde não cabe apoiar um palmo sequer de terra firme para plantar um cravo vermelho para a lapela de um cavalheiro que durma com o nó da maior canção dos tempos na garganta, só por achar que o silêncio, este sim, é ouro.
é prima tambem to nessa situação
ResponderExcluiresperando uma frase, uma palvra, qualquer coisa pra descomplicar a minha vida.
fim de semana ta chegando, quem sabe... kkkkkkkkkkkkkkk