segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Liberdade Vertiginosa - O nascimento do Cubismo

 Uma das lições fundamentais que a modernidade nos legou foi a de que a forma não precisava mais se sujeitar ao real, a ser simples representação do mundo [...]. Impressionismo, cubismo, surrealismo e demais movimentos modernistas foram esforços para essa liberação: fazer que as imagens fossem ao encontro de um sujeito sobre o mundo, não de um mundo que se sobrepõe ao sujeito (CANONGIA, 2002, p. 15).

Aqui está o poder sobre um cavalo, a onipotência do governante exibida por um controle indiferente. Apenas uma das mãos nas rédeas.  (Diego Velázquez "Portrait of King Philip IV of Spain")


A mensagem era: se o soberano pode controlar o grande cavalo pode certamente controlar os assuntos do Estado, os negócios da guerra e da paz. Era a imagem mais inabalável do poder absoluto.

E aqui está o que Picasso fez... (Boy leading a horse)

Ao invés de um principe sobre a sela, um menino nu conduzindo um cavalo em pêlo atráves de uma antiga paissagem assustadoramente vazia. Não há herois identificaveis, nenhuma história, nenhum assunto, apenas o moderno nascendo do arcaico, como se jamais houvesse qualquer coisa intermediária.

Foi a derrubada da HISTÓRIA. O próximo passo para destruir, BELEZA. O ideal clássico da própria arte, tornado visivel na forma sedutora do nu feminino. (Peter Paul Rubens "The three graces")


E este é o veroz ataque de Picasso...  " Les demoiselles D' Avignon" 

É assim que todos aqueles séculos de admiração da nudez e murmurios timidos sobre forma graciosas terminaram... uma fila de bordel. Elas se despem, nós conferimos. Tudo que estivesse associado com a nudez da mulher na arte européia, beleza, sensualidade cortês, ternura, tudo brutalmente descartado.

Ao explodir a visão das coisas Picasso estava dizendo: "estou indo além das aparências superficiais até o núcleo." É assim que nasce o CUBISMO em 1910.


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