segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nome Próprio (2)

Ela não queria confessar a ele que ainda gostava dessas pessoas que pareciam gostar dela. Ele tocou em sua bochecha, faz um carinho. O coração dela batia tão forte que ele conseguia ouvir. Ele afastou os cabelos dela. O toque de seus dedos transmitia a ela ondas de confiança. Ele ia beijá-la. Era o que ela queria. Então porque ela sentia que estava num precipício, pronta para cair? Os lábios dele tocaram no dela e ela parou de pensar. Só sentia. Sentia a doçura de seu beijo, a força de seus braços e o coração batendo em sua mão quando ela pegou em seus braços. Havia um precipício e ela estava caindo. De cabeça, caindo de amores por ele.

"Espreitava em seus olhos uma lágrima,
e em meus lábios uma frase a perdoar;
falou o orgulho, o seu pranto secou,
senti nos lábios essa frase expirar.
Eu vou por um caminho, ela por outro;
mas, ao pensar no amor que nos prendeu,
digo ainda: porque me calei aquele dia?
E ela dirá: porque não chorei eu?"



quarta-feira, 20 de abril de 2011

INTERIOR

Tenho pensamentos de morte constantemente. Uma preocupação com minha própria mortalidade. Sentimentos de futilidade em relação ao meu trabalho artistico. O que eu estou lutando para criar? Quero dizer, qual a finalidade? Qual o propósito, a meta? Importa mesmo que minha produção artística seja admirada depois que eu morrer? Isso deve compensar alguma coisa? 
Costumava achar que sim, mas agora, por alguma razão, não consigo... Não consigo me livrar da idéia do que significa morrer. É assustador. Quero desistir. Não consigo me concentrar, tenho dores de cabeça. Achei que tinha finalmente encontrado algo de que gostasse. Bem, eu estava enganada. Sou egoísta demais. A questão é essa, deveria deixar de pensar tanto em mim. 
Sinto necessidade de expressar algo, mas não sei o que quero expressar. 
Forma sem conteúdo. Metade do que se produz hoje é lixo, e as pessoas insistem em colocar lá em cima. Talvez precise me isolar. Criatividade é uma coisa delicada.
[...] é como se eu estivesse aqui e o mundo lá fora, e eu não pudesse aproximar os dois. De repente me tornei superconsciente do meu corpo. Sentindo meu coração bater comecei a imaginar o sangue circulando em minhas veias,  nas mãos e na nuca. Me senti vulnerável como uma máquina em funcionamento que poderia pifar a qualquer segundo.
Ansiedade e angústia de personalidade artística mas sem nenhum talento.Falta alguma coisa. Não sei se perdi ou nunca tive, sei lá. Quero fazer alguma coisa da vida. Afinal, só se vive uma vez e uma vez basta se fizer direito.
Abstração.

sábado, 16 de abril de 2011

Família fake

Eu estou muito aborrecida, triste, indignada e perplexa com a capacidade que as pessoas tem de destruir a felicidade dos outros. Hoje eu posso afirmar que é raridade encontrar alguém que queira construir uma felicidade, que se sinta bem ao fazer isso e que não peça nada em troca. Quando eu era criança pensei que estava salva disso tudo enquanto estivesse protegida por minha família, pai, mãe, tios, avós e primos, o que eu ainda não sabia era que o mal estava justamente na minha guarita de proteção. Família pra mim hoje se resume em PAI, MÃE e AVÓS. A quantidade de veneno que certos tios e primos secretam é quase incalculável, eu ficou me questionando o porque disso? Porque tanta raiva? Tudo por causa da conta bancaria de vovó? Enquanto vocês destilam esse veneno é ELA que fica no fogo cruzado, é ela que está sofrendo em meio a essa guerra de acusações, de disse-me-disse. Vovó não precisa disso, ela não tem mais idade para vê vocês atirando para todos os lados, acusando pessoas do seu próprio sangue de forma leviana e instaurando a descrença e a desunião. 
O que vovó precisa é de amor,  carinho, conforto, um afago, um passeio de sol pela manhã, um almoço com os filhos e netos, relembrar bons momentos e paciência para entender que ela já passa dos 80 anos e é natural  que se esqueça que já  pediu pra você comprar o pão ou que esqueça a água do café no fogo.
Infelizmente esse tipo de atitude nunca aconteceu.
Vocês não são um modelo de família, são mesquinhos. Mas, infelizmente, família não se escolhe, não é mesmo? O que me resta é aceitar e fazer com que no minimo vocês respeitem vovó enquanto ela ainda está entre nós. E depois, mas só depois, quando ela se for vocês fazem o que bem entenderem da vida de vocês.



A verdadeira família é aquela unida pelo espírito e não pelo sangue.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cordialmente sua.

 Estou me despedindo como tantas vezes já me despedi nessa vida. Por pura falta de tempo, por querer abraçar o mundo com as mãos. Tenho, assim como todo mundo que já amou e sofreu, um grande repertório de despedidas e elas gostam de se juntar, vez ou outra, todas aquelas despedidas que andam soltas aqui por dentro, muitas estações, aeroportos, portas que se fecharam, malas que se perderam, frases que ficaram pelo meio, lágrimas, muitas lágrimas.
Alguém me disse tchau e o tchau era de adeus, e eu fiquei tentando não chorar, sempre alguém se arrependendo de partir, e por aí vai. O repertório é vasto. Essas despedidas que vão ganhando espaço entre as costelas e nos roubando o ar. Não tem remédio.
E é aqui nesse espaço que eu posso dizer uma frase que sempre quis muito dizer para alguém que amei, mas que na época não achei cabível. Foi-se o amor e ficou a frase. A ideia da frase. É aqui também que eu uso grande parte das despedidas acumuladas que estão roubando meu sono. Vão-se antigas despedidas para que as novas possam chegar, pois assim é a vida, o que se há de fazer?
São as palavras, por vezes travessas e arriscas, aqui escritas que vão ficar no fim das contas, ao lado dos anéis. As palavras que disse e, principalmente, aquelas que não consegui dizer a tempo, antes que partisse o avião. Se alguma coisa sobrar, vão ser essas palavras, não tenho dúvida.
Abro esse último paragrafo e deixo um até breve, porque a vida me ensinou que as portas não se fecham, elas simplesmente se abrem para outras. Estou-me despedindo e deixo um abraço para você.


Trechos adaptados da coluna de Miguel Falabella 
 .

terça-feira, 12 de abril de 2011

Problema?


É acreditar sempre nas pessoas, é não saber dizer NÃO quando é preciso. É sempre perdoar as pessoas que me machucam. É sorrir quando estou triste por dentro, é chorar por pessoas que não merecem e, amar quem não merecia ser amado. É sempre dar uma segunda chance, para alguém que não merecia nem a primeira. É tentar ser a melhor pessoa do mundo, é tentar ajudar a todos ao mesmo tempo, e esquecer de mim mesmo. Meu problema está nas menores coisas possíveis, mas que sempre me machucam muito, e parece que eu nunca aprendo.

"Nunca desvalorize ninguém. Guarde cada pessoa perto do seu coração porque um dia você pode acordar e perceber que perdeu um diamante, enquanto estava muito ocupado colecionando pedras."

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ao som de Bambu Station - Never Change my mind



domingo, 3 de abril de 2011

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"É noite clara, repleta de lucidez. 
Amanheci pintando de amar-elo essas paredes.
Desabrocham em vermelho, rosas. Girassóis. 
Porque ainda ontem escutei e hoje se faz eco: "solidão é campo vasto que não se deve atravessar sozinho". 
Hoje eu só quero caminhar contigo."





Trechos de Cecília Braga adaptados por Elenita Rodrigues