quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Humanizar-se

"Não há nada mais humilhante do que não conseguir o fruto por medo de sacudir a árvore."


Resgatar a humanidade talvez seja voltar a refletir, cada vez mais conscientemente, sobre o que é ser humano. 
Humanizar-se... não na concepção moderna, no sentido de mais virtuoso, brilhante, bem-sucedido. Humanizar-se é também a capacidade de ser frágil, poder chorar, sentir o outro, ser vulnerável e, ao mesmo tempo, ter vigor, resistir, poder traçar caminhos. 
Acredito que o perigo e o desafio de nos desenvolvermos como ser humano envolva paixão. Paixão e entusiamo. Talvez, uma tentativa de manter a mente flexivel, resoluta, clara, aceitando possibilidades e diferentes alternativas; o corpo elástico, sensível, cheio de energia; o coração aberto, para amar a si mesmo e aos outros. 
Como diz o Grande Inquisidor de Dostoievski, no romance Os irmãos Karamazov:

" ... o segredo da existência da humanidade consiste não somente em viver, mas ainda em encontrar um motivo de viver."

Por isso cabe a cada homem e à humanidade resgatar o próprio sentido, o sentido do seu agir, colocando-se a serviço de sua própria existência. Esse reencontro consigo mesmo só é possível, nos dias de hoje, pela via da consciência.
Consciência de que ser humano não significa algo pronto, nem muito menos perfeito, mas alguém (como ser) que é capaz de colocar-se em busca de si mesmo, de sua essência, e, por consequência, busca do outro. Não é só ser bondoso, compreensivo, justo (qualidades louváveis!), mas também alguém capaz de chorar, reconhecer erros, recomeçar, tentar de novo.
Nós colhemos o que plantamos, daí a importância de estarmos atentos aos tipos de pensamentos sobre nós mesmos e sobre as pessoas que estamos plantando na nossa mente.
Dia após dia dizemos o contrário do que sentimos, rastejamos diante daquilo que detestamos e nos rejubilamos ante aquilo que não nos traz senão infortúnio.
Nós nos tornamos aquilo em que acreditamos. Precisamos aprender a ter calma. Toda mudança leva a outra mudança. Cada mudança já faz parte do progresso, do processo e quanto mais nos conhecemos mais sabemos que mudanças são possíveis.

"Esteja contete com o que você é. Mude o que puder mudar. Previna o que pode prevenir e desfrute o restante."
 
É preciso questionar nossas dúvidas, observar nossas reações e comportamentos, entender nossas emoções. A frieza não livra ninguém do sofrimento, ela apenas enterra a dor num nível mais profundo.  Temos que acreditar que tudo pode ser alcançado em passos pequenos e deliberados. Mas há momentos que precisamos entender que é preciso ter coragem para dar um grande salto; não se pode cruzar um abismo com dois pequenos passos.
Entendendo isso passaremos a perceber que nossa vida reflete uma luta constante para vencer o abismo entre o saber o que fazer e fazê-lo de fato e que cada pessoa é um mistério desafiador. Por mais que conheçamos uma pessoa "realmente", jamais se esgota nossa capacidade de conhecê-la mais e melhor. Cada pessoa emerge na sua reação com as coisas, pessoas, de uma nova maneira em cada situação.
Minha impressão é que estamos esperando demais para fazer o que precisa ser feito, numa existência que nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto, às vezes, lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo. Ter coragem, sorrir, emocionar-se, evitar o medo "do que vão pensar de você".



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nome Próprio (1)

Oh, não, amanheceu outra vez!
Estendi a mão para acender o abajur e bati nos livros do criado-mudo. A História da Arte, 100 grandes Artistas e Mucho – Español para brasileños. A colisão me acordou por completo. Consultei o relógio. Eram cinco e meia da manhã.
É ele. Ele mesmo. Esse é o homem que eu quero. A idéia maluca voltou. Encheu-me a cabeça de uma repentina e inadequada alegria. Meu coração disparou, e eu tive a impressão de que se tornará subitamente grande demais para o meu peito. Isso era tão irreal.
Era tão estranho achar-se ali, um mistério dentro de um mistério. Mas era ali que ele estava.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

The Romantics


Tom (Josh Duhamel) e Lila (Anna Paquin)


















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Lila e Laura